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LIBERANDO O ESPÍRITO


A LIBERTAÇÃO DO ESPÍRITO                  Watchman Nee
A Natureza Tem Sua Maneira de Quebrar-nos em João 12:24 "Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, produz muito fruto."
A vida está no grão de trigo, mas há uma casca muito dura, no lado de fora.
Enquanto aquela casca não for rachada e aberta, o trigo não pode brotar nem crescer. "Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer . . ." 

Que morte é essa?
É o arrombar da casca mediante a cooperação da temperatura e da umidade no solo. Uma vez que a casca é fendida e aberta, o trigo começa a crescer.
 Então, a questão aqui não é se há vida dentro,mas, sim, se a casca externa foi rachada.
 O Senhor nos mostra aqui que a casca externa é nossa própria vida (a vida da nossa alma), ao passo que a vida interior é a vida eterna que Ele nos deu.
Para permitir que a vida interior se manifeste, é imperativo que a vida exterior seja substituída. Se o interior nunca poderá aparecer. O sopro de vida, se o exterior permanecer intato, o sopro não tem liberdade.
Entre aqueles que possuem a vida do Senhor podem ser achadas duas condições distintas: uma inclui aqueles em que a vida é confinada, restringida, aprisionada e incapaz de se manifestar; a outra inclui aqueles em que o Senhor forjou um caminho, e a vida deles, portanto, é liberada.
A pergunta, pois, não é como obter a vida, mas, sim, como permitir que esta vida apareça.
Quando dizemos que temos necessidade de que o Senhor nos quebrante, não é meramente um modo de falar, nem é apenas uma doutrina. 
 É vital que sejamos quebrantados pelo Senhor. Não é que a vida do Senhor não possa cobrir a terra, mas, sim, que Sua vida está sendo aprisionada por nós.
 Não é que o Senhor não possa abençoar a igreja, mas, sim, que a vida do Senhor está tão confinada dentro de nós que não se manifesta. Se o homem exterior permanecer intacto, nunca poderemos ser uma bênção para a Sua igreja, e não podemos esperar que a palavra de Deus seja abençoada através de nós!
O Vaso de Alabastro Deve Ser Quebrado
A Bíblia conta acerca do nardo puro. Deus, deliberadamente usou este termo "puro" na Sua palavra para mostrar que é verdadeiramente espiritual. Mas se o vaso de alabastro não for quebrado, o nardo puro não fluirá. Por estranho que pareça, muitos ainda estão valorizando demasiadamente o vaso de alabastro, pensando que seu valor excede o do unguento. Muitos pensam que seu homem exterior é mais precioso do que seu homem interior. Este fica sendo o problema na igreja. Uma pessoa tem em grande estima sua habilidade, pensando que é bem importante; outra valoriza suas próprias emoções, e se estima como pessoa importante; outras têm alta consideração por si mesmas, e sentem que são melhores do que as demais, que sua eloquência ultrapassa a das demais, que sua rapidez de ação e exatidão de julgamento são superiores, e assim por diante. 
Nós, porém, não somos colecionadores de antiguidades; somos aqueles que desejamos cheirar somente a fragrância do unguento. 

Sem quebrar o exterior, o interior não surgirá. 

Deste modo, individualmente não temos qualquer fluir, como também a igreja não tem um caminho vivo. Por que, pois, devemos considerar-nos tão preciosos, se nosso interior retém a fragrância, ao invés de liberá-la? O Espírito Santo não cessou de operar. Um evento após outro, uma coisa após outra, vem a nós. Cada operação disciplinar tem um só propósito: quebrar nosso homem exterior a fim de que nosso homem interior possa se manifestar. Aqui, porém, está nossa dificuldade: ficamos impacientes por causa de ninharias, murmuramos diante de perdas de pequena monta. 
O Senhor está preparando um modo de usar-nos, mas, mal Sua mão nos tocou, sentimo-nos infelizes, até ao ponto de contendermos com Deus e de nos tornarmos negativos em nossas atitudes.
Desde que fomos salvos, fomos tocados várias vezes e de várias maneiras pelo Senhor, e tudo com o propósito de quebrar nosso homem exterior.
Quer tenhamos consciência disto,  o alvo do Senhor é quebrar este homem exterior.
Desta maneira, o Tesouro está no vaso de barro, mas se o vaso de barro não for quebrado, quem poderá ver o Tesouro que está dentro? 
Qual é o objetivo final da operação do Senhor em nossas vidas? É quebrar este vaso de barro, é quebrar nosso vaso de alabastro, é arrombar nossa casca. 
O Senhor anseia por achar um meio de abençoar o mundo através daqueles que pertencem a Ele. O quebrantamento é o caminho da benção, o caminho da fragrância, o caminho da frutificação, mas também é um caminho salpicado de sangue. Sim, há sangue de muitas feridas.

Quando nos oferecemos ao Senhor para fazer a Sua obra não podemos nos dar ao luxo da morosidade de nos pouparmos. Devemos deixar que o Senhor rache totalmente nosso homem exterior, de modo que Ele possa achar um caminho para Suas operações.
Cada um de nós deve descobrir para si mesmo qual é a mente do Senhor para sua vida. A cronologia está na mão dEle. Não podemos encurtar o tempo, embora certamente o possamos prolongar. Em algumas vidas, o Senhor pode realizar esta obra depois de uns poucos anos de trato; noutras, é evidente que depois de dez ou vinte anos a obra ainda está incompleta. 
Isto é muito sério! 
Nada é mais lastimável do que desperdiçar o tempo de Deus. Quão frequentemente a igreja é atrapalhada! Podemos pregar com o uso da nossa mente, podemos comover os outros com o uso das nossas emoções; mas se não sabemos usar nosso espírito, o Espírito de Deus não poderá tocar as pessoas através de nós. A perda será grande, se prolongarmos desnecessariamente o tempo.

"Senhor, para o futuro da igreja, para o futuro do evangelho, para o Teu caminho, e também para minha própria vida, ofereço-me sem condições, sem reservas, nas Tuas mãos. Senhor, deleito-me em oferecer-me a Ti e estou disposta a deixar-Te fazer toda a Tua vontade através de mim."
A cruz reduz o homem exterior à morte; racha a casca humana e a abre. A cruz deve quebrar tudo quanto pertence ao nosso homem exterior — nossas opiniões, nossos modos, nossa habilidade, nosso amor-próprio, nosso tudo. O caminho está claro, claro mesmo como o cristal.
Tão logo que nosso homem exterior é destruído, nosso espírito pode sair facilmente para fora.
Esta destruição do homem exterior é uma questão fundamental. Não devemos apegar-nos às fracas características da nossa alma, ainda emitindo a mesma fragrância, mesmo depois de o Senhor lidar conosco durante cinco ou dez anos. Não: devemos deixar o Senhor forjar um caminho em nossas vidas.

Ninguém é mais belo do que alguém que está quebrantado! A teimosia e o amor-próprio cedem lugar à beleza na pessoa que foi quebrantada por Deus. Ninguém é mais belo do que alguém que está quebrantado! Vemos Jacó no Antigo Testamento, como mesmo no ventre da sua mãe, lutava com seu irmão. Era sutil, enganoso, traiçoeiro. Por isso, sua vida estava cheia de tristezas e mágoas. Ainda jovem, fugiu do seu lar. Durante vinte anos foi logrado por Labão. A esposa do amor de seu coração, Raquel, morreu prematuramente. O filho do seu amor, José, foi vendido. Anos mais tarde, Benjamin foi preso no Egito. Deus tratou com ele sucessivamente, e Jacó encontrou infortúnio após infortúnio. Deus o feriu uma vez, duas vezes; na realidade, sua história inteira pode ser descrita como sendo uma história de ser ferido por Deus.
Finalmente, depois de muitos tratamentos deste tipo, o homem Jacó foi transformado. 
Durante seus últimos poucos anos, era bem transparente. Quão nobre era sua resposta a Faraó! 
Quão belo foi seu fim, quando adorou a Deus, apoiado no seu bordão! Quão claras eram suas bênçãos pronunciadas sobre seus descendentes! Depois de ler a última página da sua história, queremos curvar a cabeça e adorar a Deus. Aqui temos alguém que está amadurecido, que conhece a Deus.
Várias décadas de tratos tiveram como resultado que o homem exterior de Jacó foi quebrantado.
Na sua velhice, o quadro é belo. Cada um de nós tem boa parte da mesma natureza de Jacó em nós. Nossa única esperança é que o Senhor marque um caminho para fora, quebrando o homem exterior de tal maneira que o homem interior possa surgir e ser visto. Isto é precioso, e é o caminho daqueles que servem ao Senhor. Somente assim podemos servir; somente assim podemos levar os homens ao Senhor.
Seus pensamentos ajudarão o seu espírito ao invés de atrapalhá-lo. De modo semelhante, nossas emoções também são uma casca muito dura. Muitos que desejam estar felizes não podem expressar felicidade, ou talvez queiram chorar, sem, porém, consegui-lo. Se o Senhor tiver ferido nosso homem exterior através da disciplina ou da iluminação do Espírito Santo, poderemos expressar alegria ou tristeza conforme os ditames do interior.

Aventurando-se e Recolhendo-se

A presença de Deus requer uma natureza igual à dEle. Somente o homem interior é da mesma natureza de Deus. Através dele, exclusivamente, a presença de Deus pode ser manifestada. Não importa quão barulhento fica lá fora, o lado de dentro não precisa corresponder. Aprende a comungar no seu espírito e desconsiderar a vida da sua alma. Alguns acham que, para ter a presença de Deus, seu ambiente deve estar livre de perturbações, Quanto mais longe estão da humanidade, tanto melhor poderão sentir a presença de Deus. Uma vez que o homem exterior é quebrantado, a pessoa já não precisa retrair-se em direção de Deus, pois sempre está na presença de Deus. 
A Divisão entre o Homem Exterior e o Interior. Quando o homem exterior é quebrado, as coisas de fora serão conservadas fora, e o homem interior viverá diante de Deus continuamente. O problema de muitas pessoas é que seu homem exterior e seu homem interior estão juntos, de modo que o que influencia o externo influencia o interno. Através da operação misericordiosa de Deus, o homem exterior e o homem interior devem ser separados. Então, aquilo que afeta o homem exterior não poderá alcançar o interior. Embora o homem exterior esteja ocupado em uma tarefa, o homem interior está tendo comunhão com Deus. 
O homem exterior talvez ache pesaroso ter que ouvir o tinido de vozes; o homem interior, no entanto, permanece em Deus. A pessoa pode levar a efeito suas atividades, entrar em contato com o mundo através do homem exterior, mas, mesmo assim, o homem interior permanece sem ser afetado porque ainda vive diante de Deus. Se, pela misericórdia de Deus, você experimentou esta divisão, então, enquanto você está trabalhando ou está ativo externamente, você sabe que há um homem dentro de você que mantém a calma. Embora o homem exterior esteja ocupado em coisas externas, estas não penetrarão no homem interior. 
Aqui está o segredo maravilhoso! 
Conhecer a presença de Deus é através da divisão destes dois. Lembremo-nos de que a capacidade de usar nosso espírito depende da obra dupla de Deus: o quebrantamento do homem exterior e a divisão entre o espírito e a alma, ou seja: a separação do nosso homem interior do exterior. Somente depois de Deus ter realizado estes dois processos em nossa vida é que poderemos exercitar nosso espírito. O homem exterior é quebrantado mediante a disciplina do Espirito Santo; é dividido do homem interior pela revelação do Espírito Santo (Hb 4:12). que nos preocupa e desvia nossa atenção. Enquanto o homem exterior permanecer intacto, o mais provável é que acharemos nossas mãos cheias de coisas.
 Nosso homem exterior tem seus próprios interesses, apetites, preocupações e labutas religiosas. 
Deste modo, quando o Espírito de Deus se movimenta em nosso espírito, nosso homem externo não pode responder à chamada de Deus. Assim é "a coisa em mãos" que bloqueia o caminho para a utilidade espiritual. "A fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito" (Rm 8:4). Em outras palavras, a lei do Espírito da vida opera eficazmente somente para os que são espirituais, ou seja já: os que cuidam das coisas do Espírito. Quem são estes? São os que não andam segundo a carne. Isto é, não são dominados pelos deleites da carne.

somente aqueles que não fixam suas intenções nas coisas carnais podem prestar atenção às coisas espirituais.

Aqueles que fixam suas intenções nas coisas espirituais ficam sujeitos à força do Espírito Santo. Nossas forças mentais estão sujeitos à força do Espírito Santo, quando a emoção for desperdiçada em coisas secundárias, não pode ser usada de modo irrestrito para Deus, Antes de seu homem exterior ser quebrantado, você está ocupado com suas próprias coisas, anda no seu próprio caminho, e ama sua própria gente. Se Deus quiser usar seu amor para amar os irmãos, Ele deve primeiramente quebrantar seu homem exterior. Este amor que você tem, passa assim, a ficar maior. O homem interior deve amar, mas tem de amar através do homem exterior. Se o homem exterior estiver ocupado com a coisa em mãos, o interior será privado do seu canal apropriado para amar. Mais uma vez: quando o homem interior precisa usar sua vontade, descobre que ela está agindo independentemente, já ocupada pela coisa em mãos.
Para quebrantar nossa vontade, Deus deve dar-nos um golpe pesado até que nos prostremos no pó e digamos:
 "Senhor, não ouso pensar, não ouso pedir, não ouso resolver por conta própria. Em toda e qualquer coisa preciso de Ti." Ao sermos feridos, devemos aprender que nossa vontade não deve agir independentemente.
Deus deve esmagar nosso homem exterior. Quebra nossa vontade tirando as coisas da "mão", de modo que a nossa vontade não possa agir independentemente. Não a fim de que não tenhamos mente, mas, sim, a fim de que não pensemos segundo a carne, de acordo com nossas imaginações que divagam. Não para que sejamos destituídos de emoções, mas, sim, a fim de que todas as nossas emoções estejam sob o controle e a restrição do homem interior. Isto dá ao homem interior uma vontade, uma mente, e emoções que podem ser usadas. 
Deus quer que nosso espírito use nosso homem exterior para amar, para pensar, e para decidir. Embora não seja Sua intenção exterminar nosso homem exterior, devemos receber esta experiência básica de sermos quebrantados, se aspiramos o serviço eficaz a Deus.
Até que isto aconteça, o homem interior e o exterior estão em desarmonia, sendo que cada um age independentemente do outro. Quando somos quebrantados, o homem exterior está submetido ao controle do interior, e dessa maneira, unifica nossa personalidade, de modo que o homem exterior espatifado seja um canal para o homem interior. O ESPÍRITO SANTO AGE ATRAVÉS DO HOMEM INTERIOR. O homem interior é totalmente dominado pelo homem exterior.
Depois de alguém ser salvo, no entanto, é a intenção de Deus que experimente a inversão desta ordem. Assim como seu homem exterior controlava o interior antes de ser salvo, assim agora seu homem interior deve ter domínio absoluto sobre o exterior.

A Pessoa Quebrantada, Não Apenas Ensinada

Não podemos ajudar outros a aprender lições que nós mesmos não aprendemos diante de Deus, Quanto mais eficiente for o nosso treinamento, tanto maior será nossa utilidade na obra de Deus. Se encobrirmos estas coisas em nós mesmos, não poderemos descobri-las nos outros.
Uma pessoa orgulhosa não pode lidar com outra na mesma condição; um hipócrita não pode tocar na hipocrisia de outra pessoa, nem pode aquele que é desregrado na sua vida ter um efeito útil sobre quem tem a mesma dificuldade. Como sabemos bem que, se tal coisa ainda está em nossa natureza, não poderemos condenar exatamente aquele pecado nos outros! De fato, dificilmente até mesmo o reconhecemos nos outros. Um médico pode curar a outros sem curar a si mesmo, mas isto dificilmente pode ocorrer no âmbito espiritual. 
O obreiro é, em primeiro lugar, ele mesmo um paciente; ele deve ser curado antes de poder curar os outros. Não pode mostrar aos outros aquilo que ele mesmo não viu. Não pode guiar os outros por onde não pisou. Não pode ensinar aos outros o que não aprendeu.
Aquele que aceitou mais disciplina é aquele que melhor pode servir.
Quanto mais a pessoa é quebrantada, tanto mais sensível ela é. Quanto mais perdas a pessoa sofrer, tanto mais tem para dar. Onde quer que desejamos salvar a nós mesmos, naquele mesmo ponto ficamos espiritualmente inúteis.
 Sempre que nos conservamos e nos desculpamos, naquele ponto estamos privados de sensibilidade e suprimento espirituais.
 Que ninguém imagine que pode ser eficaz e desconsiderar este princípio básico.
Somente aqueles que aprenderam podem servir, O caminho do serviço acha-se no quebrantamento, ao aceitar a disciplina do Espírito Santo. A medida do seu serviço é determinada pelo grau da disciplina e do quebrantamento.
Lendo a Bíblia: Está além de dúvida que o que somos, determina o proveito que tiramos da Bíblia. Quão frequentemente o homem, na sua soberba, depende da sua mente não renovada e confusa para ler a Bíblia.
O fruto é nada senão seu próprio pensamento. Não toca o espírito das Sagradas Escrituras. Se esperamos encontrar o Senhor na Sua Palavra, nossos pensamentos devem primeiramente ser quebrantados por Deus.

Talvez tenhamos alto conceito da nossa habilidade, mas para Deus é um grande obstáculo. Nunca pode levar-nos para o pensamento de Deus. Há, pelo menos, duas exigências básicas para ler a Bíblia: primeiramente, nosso pensamento deve entrar no pensamento da Bíblia; e, em segundo lugar, nosso espírito deve entrar no espírito da Bíblia. Você deve pensar como o escritor — seja Paulo, Pedro ou João — estava pensando quando escrevia a Palavra de Deus. Seu pensamento deve começar onde o pensamento dele começa, e desenvolver como o dele se desenvolve. Você deve ter a capacidade de raciocinar como ele raciocina e de exortar como ele exorta. Em outras palavras, seu pensamento deve ser engrenado com o pensamento dele. Isto permitirá ao Espírito que lhe dê o significado exato das Escrituras. Quando um escritor, seja Pedro, João, Mateus ou Marcos, é inspirado pelo Espírito Santo, sua mente renovada segue o pensamento inspirado e seu espírito é liberado juntamente com o Espírito Santo. 
O mundo não pode entender que há um espírito na Palavra de Deus, e que aquele espírito pode ser liberado exatamente como é manifestado no ministério profético. Se nosso homem exterior foi quebrantado, nosso espírito é liberado e pode tocar aquele Espírito que inspira as Escrituras. De outra forma, a Bíblia permanecerá como um livro morto em nossas mãos.
O Ministério da Palavra: Deus deseja que entendamos a Sua Palavra, pois este é o ponto de partida do serviço espiritual. Está igualmente solícito para colocar Sua Palavra como mensagem dinâmica em nosso espírito de modo que possamos usá-la para ministrar à igreja. Em Atos 6:4 lemos: "E, quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra."

"Ministério" significa servir.

Assim, o ministério da palavra significa servir as pessoas com a palavra de Deus. Através da liberação, o fardo interno é aliviado. Esta é a maneira de ministrar a Palavra de Deus à igreja. 
Repetimos, então: o homem exterior é o maior empecilho ao ministério da Palavra de Deus. Muitos têm a noção erronia de que são as pessoas habilidosas que melhor podem ser usadas. Como isto é errado! Não importa quão habilidoso você seja, o exterior nunca poderá substituir o homem interior. Somente depois de o homem exterior ter sido quebrantado é que o interior pode achar pensamento adequado e palavras apropriadas.
 A casca do homem exterior deve ser esmagada por Deus. Quanto mais é despedaçada, tanto mais a vida no espírito é liberada. A dificuldade é que a vida que há dentro, deixa de fluir.
 Há uma Palavra de Deus atuante por dentro, mas não pode ser manifestada por causa do obstáculo do lado de fora. Deus não tem um livre caminho através de você. Somente quando o espírito do pregador floresce e brilha é que os pecadores caem e se rendem a Deus. Este é o espírito apropriado e necessário para a pregação do evangelho. Este é o modo certo de pregar o evangelho. Sempre que você vê alguém que não é salvo, sente que deve dar-lhe o evangelho, você deve permitir que seu espírito seja liberado.







 Pregar o evangelho é puramente uma questão de ter o homem exterior quebrantado de modo que o homem interior possa fluir e tocar outros. Quando seu espírito toca o espírito de outra pessoa, o Espírito de Deus vivifica aquele espírito que está em trevas de modo que aquela pessoa possa ser maravilhosamente salva. Se, porém, seu espírito estiver amarrado pelo homem exterior, Deus não tem via de saída através de você, e o evangelho fica bloqueado.
É por isso que focalizamos tanta atenção em lidar com o homem exterior. Se nos falta este tratamento, não temos poder para ganhar almas, embora tenhamos todas as doutrinas de cor. A salvação vem quando nosso espírito toca o espírito de outra pessoa. Então, aquela alma não pode deixar de prostrar-se aos pés de Deus. Ó amados, quando nosso espírito é verdadeiramente liberado, as almas certamente serão salvas. Para o evangelho ter seu efeito mais completo no homem, o Senhor precisa ter um caminho nas vidas dos mensageiros do evangelho. Curvemos nossa cabeça diante do Senhor e reconheçamos que o evangelho deve ser completamente pregado, e seus mensageiros totalmente tratados.
 Para o evangelho entrar nos homens, devemos permitir que Deus seja manifestado em nós. 
Assim como a pregação eficaz do evangelho requer mais poder, assim também os mensageiros do evangelho devem pagar um preço mais alto. Devemos colocar tudo sobre o altar. Oremos assim: "Senhor, coloco meu tudo sobre o altar. Acha um caminho através de mim a fim de que também a igreja ache um caminho em mim. Eu não gostaria de ser aquele que bloqueia a Ti e que bloqueia a igreja." "Senhor, estamos envergonhados. Atrasamos a Tua obra; fomos um empecilho na Tua vida; bloqueamos a propagação do evangelho; e limitamos o Teu poder." Individualmente em nosso coração, dediquemo-nos a Ele novamente, dizendo: "Senhor, ponho meu tudo sobre o altar, a fim de que Tu tenhas um caminho através de mim." Se esperamos que a eficácia do evangelho seja plenamente recuperada, a consagração deve ser total. Devemos consagrar-nos a Deus assim como na igreja primitiva. Que Deus tenha uma via de saída através de nós. Para o evangelho ter seu efeito mais completo no homem, o Senhor precisa ter um caminho nas vidas dos mensageiros do evangelho. Há tanto um lado construtivo quanto um destrutivo.
Depois de nascermos de novo, o Espírito Santo habita em nós, mas nosso homem exterior mui frequentemente O priva da Sua liberdade.
 É como procurar andar com um par de sapatos do tamanho errado. Porque nosso homem exterior e o interior estão em desacordo entre si, Deus tem de empregar quaisquer meios que considera eficaz em demolir qualquer fortaleza sobre a qual nosso homem interior não tem controle algum. As coisas externas podem ferir o homem exterior muito dolorosamente. É assim que Deus usa coisas externas para tratar do nosso homem exterior. A providência de Deus é de acordo com Seu conhecimento das nossas necessidades, e tem em mira o despedaçar do nosso homem exterior. Sabendo que uma certa coisa externa nos afetará assim, Ele dispõe a situação a fim de nos fazer encontrar com ela uma vez, duas vezes, talvez até mais vezes. Você não percebe que todos os eventos da sua vida durante os últimos cinco anos ou dez anos foram ordenados por Deus para sua educação? Se você murmurou e se queixou, você estava ignorando a disciplina do Espírito Santo. Lembre-se de que tudo quanto nos acontece é medido pela mão de Deus para nosso bem supremo. Embora, provavelmente não seja o que escolheríamos, Deus sabe o que é melhor para nós. Onde estaríamos nós hoje, se Deus não tivesse nos disciplinado assim por meio de ordenar nossas circunstâncias? É exatamente isto que nos conserva puros, e andando nos Seus caminhos. Como são estultos aqueles que têm murmurações na sua boca e rebelião no seu coração diante das próprias coisas que o Espírito Santo lhes distribuiu sob medida para seu próprio bem.
Tão logo somos salvos, o Espírito Santo começa a distribuir disciplina; mas não pode agir livremente até que nossa consagração seja completa. Depois da pessoa ser salva mas ainda não consagrada, e enquanto ainda ama a si mesma mais do que a Deus, o Espírito Santo, mesmo assim, está operando para trazê-la sob controle e quebrantar seu homem exterior, a fim de que, Ele possa operar sem impedimento. Você disse ao Senhor: "Senhor! Faz o que achas melhor na minha vida." Agora, depois de você ter-se colocado assim incondicionalmente nas Suas mãos, o Espírito Santo pode operar livremente em você. Para resolver de todo o coração que seguirá ao Senhor, você deve prestar bastante atenção à obra disciplinar do Espírito Santo. O Maior Meio da Graça.
As mensagens nos alimentam, a oração nos restaura, a Palavra de Deus nos refrigera, e ajudar aos outros libera nosso espírito. Mas se nosso homem exterior permanecer forte, damos a todos aqueles que entram em contato conosco, a impressão de sermos mistos e impuros. As pessoas reconhecerão nosso zelo mas também nossos motivos mistos, nosso amor para com o Senhor, mas também nosso amor para conosco. Sentem que somos um irmão precioso, porém difícil, pois nosso homem exterior não foi quebrantado. Não nos esqueçamos que, embora sejamos edificados através de mensagens, da oração, e da Bíblia, o maior meio de edificação é a disciplina do Espírito Santo.
Tratamentos de Vários Tipos
As obras de Deus são perfeitas, e nada menos do que a perfeição pode satisfazer a Ele. Deus não pode parar no meio do caminho. Às vezes, tratará com você através de outras pessoas, planejando para você ficar junto com uma pessoa com quem está zangado, ou a quem você despreza, ou de quem tem ciúmes; ou, muito frequentemente, é através daqueles que você ama. Antes disto, você não sabia quão impuro e misturado você era, mas depois você reconhece quanto "lixo" havia em você. Você pensava que era totalmente do Senhor, mas, depois de receber a disciplina do Espírito Santo, começa a reconhecer os efeitos de longo alcance que as coisas externas tinham sobre você.
Além disto, a mão de Deus pode tocar na vida dos nossos pensamentos. Descobrimos que nossos pensamentos são confusos, independentes, descontrolados. Fingimos ter mais sabedoria do que outros. É então que o Senhor nos deixa colidir com um muro ou espatifar-nos até o pó - tudo para nos mostrar que não devemos ter a ousadia de usar nossos pensamentos desordenadamente.
Embora sejam bem comuns as dificuldades com os pensamentos e emoções, a dificuldade maior e mais prevalecente é com a vontade. 
Nossas emoções são desregradas por que nossa vontade não foi tratada. A raiz está em nossa vontade. A mesma coisa diz respeito a nossos pensamentos. Talvez possamos pronunciar com a boca as palavras: 
"Não se faça a minha vontade, e, sim, a tua," mas quantas vezes realmente deixamos o Senhor assumir o controle quando as coisas acontecem? Quanto menos você conhece a si mesmo, tanto mais facilmente pronuncia tais palavras. Quanto menos iluminado você está, tanto mais fácil a submissão a Deus parece ser.
 Aquele que fala com facilidade barata comprovou que nunca pagou o preço, e quão dispostos a termos nossa própria opinião. Deus precisa tratar conosco para tornar nossa vontade terna e dócil. Somente quando somos tratados por Deus é que realmente vemos quão endurecidos somos e quão dispostos a termos nossa própria opinião. Deus precisa tratar conosco para tornar nossa vontade terna e dócil. Pessoas resolutas estão convictas de que seus sentimentos, modos e julgamentos sempre estão certos. Este é o começo da destruição do homem exterior: quando você já não ousa confiar em si mesmo. Suas opiniões usualmente lhe vêm facilmente até que você tenha sido tratado por Deus repetidas vezes e tenha sofrido muitos fracassos. 
Então, você se rende e diz: "Deus, não ouso pensar, não ouso decidir." Esta é a disciplina do Espírito Santo: quando todos os tipos de coisas e todos os tipos de pessoas estão fazendo pressões de todas as direções.
Uma vez que você se rende a Deus, esta disciplina satisfará sua necessidade muito mais do que o fornecimento da Sua palavra.
Não é apenas para os cultos, os habilidosos, os dotados; não, é o caminho para todo filho de Deus. O fornecimento da palavra de Deus, o poder da oração, a comunhão dos crentes— nenhuma destas coisas pode substituir a disciplina do Espírito Santo. É porque você precisa não somente ser edificado; precisa também ser quebrantado, de ser livrado de todas as numerosas coisas na sua vida que não podem ser levadas para a eternidade.
A Cruz em Operação
Mediante a operação da cruz, aprenderemos a depender da graça de Deus, não da nossa memória. Quer lembremos, quer não, permanece o fato de que Ele está realizando uma obra que é fidedigna e duradoura. Anteriormente, o homem exterior e o interior não podiam ficar de mãos dadas; mas agora o homem exterior espera meigamente, com temor e tremor, diante de Deus. Cada um de nós tem necessidade desta disciplina da parte do Senhor. Ao passarmos em revista a história do nosso passado, não podemos deixar de ver a mão de Deus lidando com a independência, o orgulho, e o egoísmo do nosso homem exterior. Descobrimos o significado das coisas que nos aconteceram.

A SEPARAÇÃO E A REVELAÇÃO
Deus deseja não somente quebrantar o homem exterior, como também separá-lo de tal maneira que o homem interior já não seja emaranhado nas atividades do homem exterior. Ou podemos simplesmente dizer que Deus quer dividir nosso espírito da nossa alma. Quão raro é achar um espírito puro nestes dias. Geralmente quando nosso espírito aparece, nossa alma aparece também; estão misturados. Assim, a primeira exigência na obra de Deus é um espírito puro, não um espírito poderoso. Aqueles que descuidam deste fato, embora sua obra talvez seja feita com poder, a acharão destruída devido à falta de pureza.
A Necessidade de Ser Quebrantado e Dividido
Assim, para Deus usar você como um ministro da Sua palavra, para você ser Seu porta-voz, você deve buscar Sua graça por meio da oração: "Ó Deus, faze uma obra em mim, para quebrantar e dividir meu homem exterior." Senão, o Nome do Senhor sofrerá dano. Você está dando aos homens aquilo que é de você mesmo enquanto ministra a palavra de Deus. O que, pois, a Palavra de Deus faz por nós? Penetra e divide. É mais cortante do que qualquer espada de dois gumes. Seu corte é demonstrado nisto: "penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas." Note a analogia aqui: a espada de dois gumes contra juntas e medulas, é a Palavra de Deus contra a alma e o espírito. As juntas e as medulas estão embutidas profundamente no corpo humano. Separar as juntas é cortar através dos ossos; dividir as medulas é rachar os ossos. Somente duas coisas são mais difíceis de serem divididas do que as juntas e as medulas: a alma e o espírito. Nenhuma espada, por mais afiada que seja, pode dividi-los. Semelhantemente, nós somos totalmente incapazes de distinguir entre o que é alma e o que é espírito. 
A Escritura, porém, nos informa que a Palavra viva de Deus pode fazer este trabalho, porque é mais cortante do que qualquer espada de dois gumes. A Palavra de Deus é viva, eficaz, e capaz de penetrar e dividir. É a alma e o espírito do homem que assim são penetrados e divididos. A Palavra tem que mexer dentro de você, como uma mulher gravida, ela sente o bebê se mexer.
Como é que ela divide'.' Por meio de revelar os pensamentos e os propósitos do coração Nós não conhecemos nosso próprio coração. 
Amados, somente aqueles que estão na luz, conhecem seu próprio coração. Ninguém mais o conhece, ninguém mesmo! Quando, porém, vier a palavra de Deus, nós, "vemos." Somos desmascarados como sendo egocêntricos, procurando apenas a gratificação, a glória, a proeminência e o prestígio para nós mesmo. Quão bendita é aquela luz que nos leva a cair aos Seus pés.

O Que É uma Revelação?
Hb 4:13 pode nos ajudar a responder. A revelação nos capacita a ver o que Deus vê. Todas as coisas estão descobertas e patentes aos Seus olhos. Qualquer venda está em nossos próprios olhos, não nos de Deus. Quando Deus abre nossos olhos a fim de que saibamos o propósito do nosso coração e nosso pensamento mais profundo na medida em que Ele mesmo nos conhece  esta é revelação. Assim como somos descobertos e patentes diante dEle, assim o somos diante de nós mesmos quando recebemos a revelação. Esta é a revelação: termos permissão de ver o que nosso Senhor vê. Enquanto você avançar, fica sendo cada vez mais evidente que é extremamente difícilexplicar esta questão de dividir o natural do espiritual, o exterior do interior.
 Somente à medida em que há revelação é que o problema é solucionado. Seja para o que você for capacitado a discernir entre os pensamentos e propósitos do seu coração, pode ter certeza de que sua alma e seu espírito estão sendo divididos. Você se voltará a Ele e dirá: "Ó Deus, sou completamente indigno de confiança. Não sei a quem estou acusando, nem qual pecado estou confessando. Somente na Tua luz poderei saber." Antes de você receber iluminação, você pode dizer que é um pecador, mas falta-lhe a contrição do pecador; talvez você pense que odeia a si mesmo, mas não tem nenhum senso real de aborrecimento de si; talvez você diga que nega a si mesmo, mas falta o senso de abnegação. Uma vez que a luz vem, a cobertura da superfície é arrancada, e aquilo que é "real" ou "original" é revelado. 
Que desvendamento, ver que somente amo a mim mesmo; ver que estou logrado, e enganando o Senhor; ver que não amo a Ele! Esta luz mostra a você o que você é e o que você tem feito. Semelhante visão liberta você do peso morto do próprio- eu. Ver é o tratamento dEle. A Palavra de Deus é eficaz, porque o ilumina ao ponto de poder despir o homem exterior. Não é que depois de você ter ouvido a Palavra de Deus que paulatinamente se transforma, como se a visão fosse um passo, e o despojar, outro passo. Não: a própria iluminação é um despojar; as duas coisas ocorrem simultaneamente. Tão logo a luz atinge, a carne está morta. Nenhuma carne pode viver naquela luz. No momento em que alguém entra na luz, prostra-se. A luz secou a sua carne.
Amados, isto é eficácia. Realmente, a Palavra passa a esperar que você produza. A Sua palavra é eficaz na sua vida. Que o Senhor abra os nossos olhos para vermos a importância da disciplina do Espírito Santo e Sua revelação. Estes dois dão as mãos para tratarem de modo eficaz em nosso homem exterior. Dependamos de Deus para recebermos Sua graça que nos capacitará a colocarmos sob Sua luz e sermos iluminados ao ponto de nos curvar diante dEle, reconhecendo: "Senhor, quão estulto e cego tenho sido todos estes anos, ao pensar erroneamente que aquilo que fluía de mim vinha de Ti. Senhor, sê misericordioso comigo!

QUE IMPRESSÃO DAMOS?
Para fazermos a obra do Senhor não depende tanto das nossas palavras ou ações, mas, sim, daquilo que vem saindo de nós. Não temos capacidade de edificar os outros se dizemos uma coisa e emitimos da nossa vida outra, se encenamos uma maneira de viver e realmente vivemos de outra. Aquilo que emana de nós é uma consideração importante. Frequentemente dizemos que nossa impressão de certa pessoa é boa ou má. Como recebemos semelhante impressão? Não é somente das suas palavras, nem sequer das suas ações. Alguma coisa misteriosa expressa-se enquanto ele está falando ou agindo. É isto que nos dá a impressão. Talvez possamos controlar nossas palavras ou nossas ações, mas não podemos refrear aquilo que expressa nossa natureza. Não podemos deixar de revelar aquilo que somos. 2 Reis 4, narra como a sunamita recebia Eliseu. "Certo dia passou Eliseu por Suném, onde se achava uma mulher rica, a qual o constrangeu a comer pão. Daí todas as vezes que passava por lá entrava para comer. Ela disse a seu marido: Vejo que este que passa sempre por nós, é santo homem de Deus." Note que Eliseu não pregou sermão algum, nem operou milagre algum. Meramente fazia uma rápida visita e comia, sempre que passava por aquele caminho. Pelo modo dele comer, a mulher o reconhecia como sendo um santo homem de Deus. Esta era a impressão que Eliseu dava aos outros.

Devemos perguntar a nós mesmos: qual é a impressão que damos aos outros? Como é urgente, portanto, que nosso homem exterior seja quebrantado! Sem este quebrantamento, nosso espírito não poderá emergir e a impressão que deixaremos com outras pessoas não será espiritual. Suponhamos que um irmão está falando sobre o Espírito Santo. Embora seu assunto seja o Espírito Santo, suas palavras, suas atitudes, e suas ilustrações estão cheias de si mesmo. Talvez sem saber por que, o auditório sofre interiormente enquanto o escuta. Sua boca está cheia do Espírito Santo, mas a impressão que deixa com seus ouvintes é dele mesmo. Qual é o valor espiritual de semelhante conversa vazia? Nenhum.
Ao invés de ressaltar o ensino, coloquemos mais ênfase sobre aquilo que sai de nós. Deus não está nos observando para ver se nosso ensino se torna mais profundo; quer lidar conosco como indivíduos. Se nossa natureza não for corretamente tratada, poderemos emitir o assim chamado ensino espiritual, mas não há qualquer comunicação espiritual. Como é trágico quando meramente impressionamos o homem exterior mas não transmitimos nada de impressão viva ao homem interior!

Uma vez após outra, Deus dispõe nossas circunstâncias para quebrantar-nos em nosso ponto forte. Você poderá ser ferido uma vez, duas vezes, mas ainda o terceiro golpe terá de vir. Deus não soltará você. Não deterá Sua mão até que tenha quebrantado aquela característica de destaque em você.
O dia em que a disciplina realiza seu propósito é o dia em que você realmente "vê" a verdade e entra na sua realidade. Assim, a obra do Espírito Santo é demoli-lo de um lado, e reedificá-lo do outro lado. Assim, seu coração dirá: "Graças ao Senhor! Agora sei que Sua mão que estava sobre mim durante estes últimos cinco ou dez anos tem sido precisamente para quebrantar este ponto forte em mim." A Obra Notável de Morrer Através da dominação tendo considerado a operação disciplinar do Espírito Santo, agora vejamos como Ele emprega outros meios para lidar com nosso homem exterior. Além da disciplina, haverá a iluminação. Às vezes estas duas são usadas simultaneamente, às vezes alternadamente. Às vezes a disciplina é demonstrada em circunstâncias que visam o nivelamento da nossa característica destacada: noutras vezes, Deus graciosamente brilha sobre nós para nos iluminar. A carne, conforme sabemos, jaz oculta nas trevas. Permite-se a existência de muitas obras da carne porque nós não as reconhecemos como tais. Uma vez que a Sua luz nos revela a carne, trememos, e não ousamos movimentar-nos. Tudo quanto é revelado "na luz" é morto por ela. Isto é muito maravilhoso. Não somos primeiramente iluminados para então, no decorrer do tempo, paulatinamente sermos trazidos para a morte. Pelo contrário, caímos instantaneamente diante da vinda da luz. À medida em que o Espírito Santo revela, recebemos nosso tratamento. A revelação, portanto, inclui tanto o ver quanto o morrer. É o modo sem igual de Deus tratar. Uma vez que a impureza é realmente exposta, não poderá permanecer. Logo, a luz tanto revela quanto mata. Esta ação de ser morto pela luz é uma das experiências cristãs mais necessárias. 
Paulo não foi correndo para a beira da estrada para ajoelhar-se quando a luz brilhou sobre ele, Caiu em terra. Embora fosse naturalmente capaz e autoconfiante, reagiu à luz ao cair, um pouco perplexo, mas intimamente desmascarado. Quão eficaz era esta luz que prostrou-o em terra! Notemos que isto aconteceu de uma só vez. Deus sempre nos mostra quão odiosos e poluídos somos, e nossa resposta imediata é: "Ai de mim! Como sou miserável — tão impuro, tão desprezível!" Se Deus revela nosso verdadeiro eu, caímos como mortos. Uma vez que uma pessoa orgulhosa tenha sido iluminada, não poderá sequer fazer uma tentativa de ser orgulhosa — nunca mais! O efeito daquela iluminação deixará sua marca sobre ela durante todos os seus dias. "Senhor, eu Te recebo como meu Salvador." Imediatamente, a salvação ocorre! De modo semelhante, na operação subsequente de Deus, tão logo que a luz vem sobre nós, devemos imediatamente prostrar-nos sob Sua luz e dizer ao Senhor: "Senhor, aceito a Tua sentença. Concordo com Teu julgamento." Isto nos preparará para mais luz. Deus não parará até que nos desnude a fim de que vejamos a nós mesmos. De início, somente Ele sabe, porque sempre estamos descobertos e patentes diante dEle. Mas uma vez que Deus nos revelou os pensamentos e propósitos do nosso coração, então estamos descobertos diante de nós mesmos. Como voltaremos a erguer nossa cabeça? A nossa própria brandura fica sendo coisa do passado. Embora tenhamos pensado que éramos melhor do que outras pessoas, agora sabemos o que realmente somos, e temos vergonha de nos mostrar. Procuramos em vão uma palavra adequada para descrever nossa impureza e nossa condição desprezível. Nossa vergonha pesa sobre nós, como se carregássemos a vergonha do mundo inteiro. Como Jó, caímos diante do Senhor e nos arrependemos de nós mesmos: "Por isso me abomino, e me arrependo no pó e na cinza." Semelhante iluminação, semelhante aborrecimento de si mesmo, semelhante vergonha e humilhação, semelhante arrependimento, libertam-nos da escravidão de longos anos. Quando o Senhor ilumina, liberta. A iluminação é a libertação, e o ver é a liberdade. Somente assim é que nossa carne cessa de operar, e nossa casca externa é quebrantada. A Disciplina Comparada com a Revelação Quão frequentemente, quando o Senhor trata conosco, vemos somente a mão do homem. Isto é inteiramente errado. Como o Salmista, nossa atitude deve ser: "Emudeço, não abro os meus lábios, porque tu fizeste isso" (Salmo 39:9). Devemos lembrar-nos de que é Deus quem está tratando conosco, e não nosso irmão, nossa irmã, ou qualquer outra pessoa. O Senhor nos tem disciplinado durante anos, mas, ao invés de reconhecer Sua mão, culpamos outras pessoas ou o destino pelos acontecimentos? Que sejamos lembrados de que tudo é medido por Deus para nós. Ele predeterminou seu tempo, seus limites, e sua força, a fim de quebrantar nossa característica destacada que é de difícil trato. Como a Escritura usa metáforas diferentes para descrever o Espírito Santo. Ele é como o fogo e como a água. O fogo fala do Seu poder, a água da Sua purificação. Mas no que diz respeito ao Seu caráter, diz-se que Ele é como uma pomba, meiga e mansa. O Espírito de Deus incorporará Sua natureza em nós, pouco a pouco, até que nós, também, sejamos caracterizados pela pomba. A meiguice, nascida do temor de Deus, é o sinal do Espírito Santo para o quebrantamento. Considerando as qualidades da meiguice Uma pessoa quebrantada pelo Espírito naturalmente possui a meiguice. Seus contatos com as pessoas já não são marcados por aquela teima, dureza e aspereza que são as marcas registradas de um homem não quebrantado. Já foi trazido ao ponto em que sua atitude é tão meiga quanto sua voz é mansa. O temor a Deus no seu coração naturalmente acha expressão nas suas palavras e nas suas maneiras.
Abordável
Há várias qualidades que caracterizam uma pessoa que é meiga: ela é abordável — é tão fácil ter contato com ela, falar com ela, e fazer perguntas a ela. Confessa prontamente os seus pecados e derrama lágrimas livremente.
 Para alguns, é tão difícil derramar lágrimas. Não é que haja qualquer valor especial nas lágrimas, mas naquele cujo pensamento, vontade e emoção foram tratados por Deus, as lágrimas frequentemente denotam sua disposição para ver e reconhecer sua falta. É fácil conversar com ele, porque sua casca exterior foi quebrada.
 Aberto às opiniões dos outros, dá as boas-vindas às instruções, e, nesta posição nova, pode ser edificado em todas as coisas. Agora, devemos compreender claramente o que significa ser edificado. Não pode significar pensamentos expandidos, nem compreensão melhorada, nem maior acúmulo doutrinário.
Simplesmente significa que meu espírito mais uma vez entrou em contato com o Espírito de Deus.
Não importa através de que o Espírito de Deus Se movimenta, seja na reunião, seja na comunhão individual; 
Expliquemos o assunto assim: tudo quanto procede do espírito abrilhanta tudo quanto toca. Como indivíduos, somos muito semelhantes a lâmpadas — lâmpadas de cores diferentes. A cor, porém, não interfere com a passagem da eletricidade através dela
Tão logo a eletricidade flui para dentro dela, ela se acende.
 Assim acontece com nosso espírito; onde há o fluir do Seu Espírito, esqueceremos a teologia que aprendemos. Tudo quanto sabemos é que o Espírito veio. Ao invés do mero conhecimento, temos uma 'luz interior." Estamos revificados e nutridos na Sua presença. Além disto, há algo bem notável em quem foi quebrantado. Se você for alguém que realmente é quebrantado, você descobrirá que não somente poderá prestar socorro, como também, ao assim fazer você também é ajudado. Alguém lhe faz uma pergunta, e ao respondê-la você é ajudado. Você está orando com um pecador que está buscando ao Senhor, e, mais uma vez, você está fortalecido no íntimo. Você pode ser guiado a falar severamente com um irmão que deslizou; não somente o espírito dele é revificado, mas você também é edificado. Você pode receber ajuda de todo contato espiritual. Você fica maravilhado porque o corpo inteiro está suprindo você como membro. Qualquer membro do corpo pode suprir sua necessidade, e você é ajudado. Você se torna um recipiente para o suprimento de todo o corpo. Que maravilha!
Verdadeiramente você pode regozijar-se: "A riqueza do Cabeça é do corpo, e a do corpo é minha."
Quão grandemente isto difere do mero aumento do conhecimento mental! A Comunhão no Espírito
Embora haja muitos tipos diferentes de comunhão, há a comunhão espiritual que é muito mais do que o intercâmbio de ideias e opiniões. É a interação de espíritos. Este tipo de comunhão é possível somente depois de nosso homem exterior ter sido despedaçado, sendo nosso espírito liberado desta maneira, para tocar no espírito de outras pessoas. Neste compartilhar do espírito, experimentamos a comunhão dos santos e compreendemos o que as Escrituras querem dizer com a "comunhão de espírito." É verdadeiramente uma comunhão de espírito, e não um intercâmbio de ideias. Mediante esta comunhão no espírito podemos orar de comum acordo. Porque muitos oram através da sua mente, independentemente do seu espírito, é difícil para eles acharem outra pessoa com a mesma mente que pode orar em harmonia com eles. Qualquer pessoa que nasceu de novo e que tem o Espírito Santo habitando nela pode ter comunhão conosco. Isto é possível porque nosso espírito está aberto para a comunhão, pronto para receber o espírito do nosso irmão, e para ser recebido por este. E, desta maneira, podemos tocar o corpo de Cristo, pois nós somos o corpo. Podemos compreender quando dizemos que nossos espíritos são o corpo de Cristo? Realmente, "Um abismo chama outro abismo" (SI 42:7).
As profundezas do seu ser estão clamando por um toque das minhas profundezas; e eu estou clamando por um toque das profundezas da igreja inteira. Esta é a comunhão das profundezas, a chamada e a resposta de uma para outra. Esta é a única coisa mais necessária para sermos úteis diante do Senhor e para tocarmos corretamente no espírito da igreja, tudo que é natural é independente do espírito, ao passo que tudo quanto vem através da disciplina do Espírito Santo está sob o controle do espírito, e se move somente à medida em que o espírito se move. A mansidão natural realmente pode tornar-se um impedimento para o espírito.
 A pessoa que é habitualmente mansa é mansa em si mesma, e não "no Senhor." Suponhamos que o Senhor queira que ela se levante e pronuncie algumas palavras enérgicas. Sua mansidão natural a impediria de seguir ao Senhor. Diria, pelo contrário: "Ah, isto eu não posso fazer. Sua mansidão natural não está sob o controle do espírito. Qualquer coisa que é natural tem sua própria vontade e é independente do espírito. Aquela mansidão, no entanto, que vem através do quebrantamento pode ser usada pelo espírito, porque não resiste nem oferece sua própria opinião.
uma pessoa naturalmente mansa é mansa apenas enquanto você está de acordo com a vontade dela. Se você a força a fazer o que não gosta de fazer, mudará de atitude. Nas assim chamadas virtudes humanas, falta o elemento de abnegação. É óbvio que o propósito de todas elas é construir e estabelecer a vida do próprio-eu. Sempre que aquele próprio-eu é violado, as virtudes humanas desaparecem, todas elas. As virtudes que brotam da disciplina, do outro lado, somente são possuídas depois da vida feia do nosso próprio-eu, ali é vista a virtude verdadeira. Quanto mais o próprio-eu for ferido, tanto mais fulgurosamente brilha a verdadeira mansidão. A mansidão natural e o fruto espiritual, portanto, são basicamente diferentes. À medida em que o homem exterior é quebrantado, o interior é fortalecido.
O homem interior é liberado somente depois de o homem exterior ter sido quebrantado.
Este é o caminho básico para o serviço de Deus.
QUANDO SE DEIXA MORRER

PODEMOS ALIMENTAR UMA MULTIDÃO


         SIGNIFICADOS DAS PALAVRAS

 QUEBRANTADO -Aqueles que têm o coração quebrantado e o espírito contrito estão dispostos a cumprir toda e qualquer coisa que Deus lhes pedir.
o rei Davi, no salmo 51: “Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; (…) um coração quebrantado e contrito” (Salmos 51:17). As palavras de Davi mostram que, até na época do Velho Testamento, o povo do Senhor compreendia que todos precisavam oferecer o coração a Deus; apenas os sacrifícios queimados não eram suficientes. Assim como em todas as coisas, a vida do Salvador nos oferece o exemplo perfeito: embora fosse inteiramente isento de pecados, Jesus de Nazaré viveu com um coração quebrantado e um espírito contrito, conforme manifestado por Sua submissão à vontade do Pai. “Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (João 6:38). Para Seus discípulos, Ele disse: “Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração” (Mateus 11:29). E quando chegou o momento de realizar o sacrifício final, que fazia parte essencial da Expiação, Cristo não Se recusou a tomar da taça amarga, mas submeteu-Se completamente à vontade de Seu Pai.
A perfeita submissão do Salvador ao Pai Eterno é a própria essência de um coração quebrantado e um espírito contrito. O exemplo de Cristo nos ensina que um coração quebrantado é um atributo eterno da divindade. Quando nosso coração está quebrantado, estamos completamente receptivos ao Espírito de Deus e reconhecemos nossa dependência Dele em tudo o que temos e somos. O sacrifício necessário para isso é o sacrifício do orgulho em todas as suas formas. Como a argila maleável nas mãos de um oleiro habilidoso, o coração quebrantado pode ser moldado nas mãos do Mestre.
CONSAGRAÇÃO - A palavra consagração do nosso Português vem do Latim, significa CON (junto – na mesma direção) SAGRAR (TORNAR ALGO SAGRADO). Um conceito geral que todos concordam é o da SEPARAÇÃO. Ora, para se tornar sagrado, separa-se de que? Do pecado. A consagração pela PALAVRA DE DEUS é a transformação que DEUS faz em nossas vidas quando a PALAVRA DE DEUS (Verbo hebraico BARA – ação criadora de Deus) TORNA-SE como se um segundo sangue correndo em nossas veias. ιερος (hieros) significa sagrado. Implica em uma relação especial com Deus, que não deve ser violada. Refere-se, no entanto, a uma relação formal antes que o caráter. Designa uma relação externa, que ordinariamente não implica numa relação interna. É usada para descrever pessoas ou coisas. É a palavra mais comum para santo no grego, Os escritores do Antigo Testamento usaram a palavra קדֶשׁ (kodesh), “separado”, “santidade”, “sacralidade”, “posto à parte”, vem do verbo קָדַשׁ (kadash) que significa “apartar”, “celebrar”, “consagrar”, “dedicar”, “purificar”, “santificar”. A palavra קדֶשׁ (kodesh) ocorre cerca de 470 vezes no AT
ZELO
Zelo significa cuidar de algo ou alguém, ter consideração pela coisa ou pela pessoa. Um indivíduo que tem muito zelo por outra pessoa é chamado de zeloso, e é alguém que sente uma grande afeição por pessoas queridas. forte disposição, diligência, empenho aplicado na realização de algo (tarefas, deveres, obrigações religiosas etc.). ter zelo por Deus.
Jesus deixou bem claro: significa dedicar todo o nosso entusiasmo e toda a nossa energia para a causa de Deus.
TEMOR
O próprio apóstolo Paulo "temia" ser desqualificado na carreira.
"Antes, subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado." (I Co 9:27)
Temamos: Sentimento de respeito ou reverência. Ato ou efeito de temer; receio, susto, medo, pavor, terror. Provérbios 1.7 que diz que “O temor do SENHOR é o princípio do saber, mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino.” No texto de Atos 9. 31 vemos que “A igreja, na verdade, tinha paz por toda a Judeia, Galileia e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do Senhor, e, no conforto do Espírito Santo, crescia em número.”
Temer a Deus é respeitá-Lo como sendo quem é; é reverenciá-Lo e obedecê-Lo baseado em toda a revelação de Sua santidade, justiça, grandeza, misericórdia, benignidade, vontade, amor, justiça e outros milhares de atributos revelados a nós. Algumas passagens bíblicas demonstram claramente o significado do temor ao Senhor e exemplificam como devemos praticá-lo:
– Temer a Deus é adorá-Lo como o único Deus. “Não terás outros deuses diante de mim.” (Êxodo 20. 3)
Temer a Deus é tomarmos atitudes de santidade e pureza. “Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus” (2 Corintios 7. 1)
– Temer a Deus é ser fiel a Ele em qualquer situação, cultivando um coração santo. “Deu-lhes ordem, dizendo: Assim, andai no temor do SENHOR, com fidelidade e inteireza de coração” (2 Crônicas 19. 9)
– Temer a Deus é o início de uma vida de sabedoria. E a sabedoria é praticar a vontade de Deus. “O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria; revelam prudência todos os que o praticam. O seu louvor permanece para sempre” (Salmos 111. 10)
– Temer a Deus é aborrecer o mal. “O temor do SENHOR consiste em aborrecer o mal; a soberba, a arrogância, o mau caminho e a boca perversa, eu os aborreço” (Provérbios 8. 13)
Assim, o temor de Deus é como o oxigênio para a vida do discípulo. Sem temor a Deus não existe o discípulo. Mas é igualmente verdade que aqueles que andam longe dos caminhos de Deus e que praticam toda sorte de pecados e não se arrependem, devem temer a Deus, pois Ele virá julgar a cada um de nós com justiça e condenará a todos quantos não se arrependeram de suas más obras e, assim O rejeitaram
ARREPENDIMENTO
significa ato ou efeito de arrepender-se.
Conforme os dicionários da língua portuguesa, a palavra arrepender significa “retratar-se”, “voltar atrás”, “sentir pesar por faltas ou erros cometidos”, “mudar de atitude, de procedimento, de parecer”, “produzir mal-estar”, “incomodar”, “abater-se”, “tristeza por estar em procedimento errado”.
É uma mudança de atitude, ou seja, é adquirir uma atitude contrária àquela tomada anteriormente. Na linguagem bíblica, arrependimento consiste propriamente de duas partes: contrição, isto é, pesar que atinge a consciência através do conhecimento do pecado, e fé, que é nascida do evangelho e crê que por causa de Cristo os pecados são perdoados, conforta a consciência e a liberta de seus pesares.
Arrependimento constitui uma mudança radical de pensamento, de perspectiva; em vez de ver a si próprio como centro do universo, vê Deus como sendo o centro, confiando na promessa de vida eterna oferecida única e gratuitamente pelo sacrifício de Jesus Cristo na cruz do calvário. É mais do que observância ritual ou confissão exterior. É algo que ocorre no coração, no interior. É mudar de caminho, deixando a condição de perdido (não-salvo) e adquirindo a condição de salvo (redimido). Antes, sem Cristo; depois, com Cristo. Antes, sem fé salvadora; depois, com fé salvadora. É transformação mental operada pelo evangelho. É acreditar no perdão oferecido gratuitamente através da fé em Cristo Jesus. É o Espírito Santo produzindo e mantendo a fé salvadora no coração.
A Bíblia usa a palavra arrependimento em dois sentidos, o que é muito importante saber para não cometer erros de interpretação.
Compreendendo os dois sentidos da palavra arrependimento
a)    Primeiro sentido – no sentido estrito (próprio) arrependimento é um pré-requisito da conversão do pecador. Depois de tomar consciência de sua condição pecaminosa herdada de Adão e da inevitável consequência dessa condição, que é o justo castigo eterno, o pecador entra em contrição (quebrantamento pela lei, revelando que todos os homens se encontram sob a maldição do pecado). O juízo da ira de Deus realiza sua tarefa através da lei, acusando a consciência e mostrando ao homem que tudo nele é pecaminoso, e que por isso o caminho de salvação pela própria lei (obras) é impossível. Esse é o papel da lei na conversão do pecador:
Lucas 5.32: “Eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento”
num outro sentido (amplo) arrependimento constitui nos atos e práticas diários do cristão convertido. É a manifestação de atos externos daquela condição interna permanente de arrependimento.
Aqui não se fala em arrependimento para perdão e salvação, visto que quem crê em Cristo já está perdoado e salvo. O próprio Cristo, na Parábola do Semeador, disse que os convertidos produziriam frutos a cem, a sessenta e a trinta por um.
Internamente, como condição, o arrependimento é igual em todos os que crêem; externamente, como prática e fruto, o arrependimento se apresenta em graus diferentes na vida dos crentes.
Mateus 3.8: “Produzi, pois frutos dignos de arrependimento”
Disciplinas Espirituais
A falta de disciplina na vida de qualquer ser humano é prejudicial e nociva!
Antes de falarmos sobre disciplinas espirituais, é preciso compreendermos melhor o que a mesma significa.
Disciplina = conjunto de regulamentos destinados a manter a boa ordem em qualquer assembleia ou corporação; a boa ordem é o resultado da observância desses regulamentos. Submissão ou respeito a um regulamento. Regra, doutrina, ordem, rito.
A disciplina na vida do homem é necessária tanto para as questões físicas e naturais, quanto também para as questões espirituais.
1 Tm 4:6-16 O que Paulo recomenda a Timóteo era o que ele mesmo fazia, e o que ele aprendeu com Jesus.
Fl 4:9 "O que aprendestes, e recebestes, e ouvistes de mim, isso fazei; e o Deus de paz será convosco."

     
         Resumo do livro                                                                       6/02/2017
         Liberação do Espírito de Watchman Nee

2 comentários:

  1. Eu gostei muito. Parabens que deus continue sempre te abencoando..

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  2. Glória a Deus! Resposta de oração e confirmação de muitas experiências vividas. Deus a abençoe.

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